martedì, giugno 21, 2005

Zoológico

Hoje fui passear no zoologico de Berlim. Vi muitos bichos, é claro, quase todos confinados, em cópias de seus habitats naturais. Gostei muito do urso branco nadador, ele fazia uma volta na piscina igual aos atletas olímpicos. Foi gostoso também brincar com as ovelhas, e também ver criancas brincando no parquinho. Só nao gostei de ve-las gritando em alemao pros lobos e patinhos... se ainda fosse em portugues, quem sabe... e também vi um menino babando numa cadeira de rodas, completamente fora do mundo. Digo, aparentemente fora, porque nao sei o que se passa em sua (in)consciencia. Só sei que se fosse pelas leis da natureza ele nao estaria vivo. Só está pelas maos dos homens e digo isso porque aqui na europa a discussao sobre temas polemicos relacionados a area de pesquisa e medicina é mais intensa.

Nao quero diyer que sou contra ou a favor da sobrevivencia do menino-vegetal na cadeira de rodas, talvez eu tambem nao fosse selecionado pelas leis naturais, nao fosse a interferencia humana, como por exemplo quando quase morri com principio de miningite aos 2 anos de idade. Ao mesmo tempo em que a natureza seleciona, ela também nos induz a lutar ferozmente pela sobrevivencia. E é isso que fazemos nós humanos todos os dias.

Na Italia, semana passada, foi dado à populacao o direito de votar num referendo contra ou a favor de 4 leis que em resumo autorizavam a pesquisa com células embrionárias, o uso de espermatozóides sem conhecimento de quem é o doador, a liberacao do aborto em alguns casos e o uso de mais de 3 espermatozóides na fecundacao in vitro.

Só o fato de estarem votando abertamente questoes como essas já é maravilhoso, mas o problema é que houve uma intensa campanha (principalmente da igrja católica) para que a populacao NAO fosse votar. Vi cartazes em todas as igrejas que visitei e palfletos sendo colocados nos limpradores de parabrisas dos carros. Porque caso nao houvesse 50% + 1 da populacao nas urnas durante aqueles dois dias de votacao as leis simplesmente continuariam as mesmas. O que aconteceu no final foi que 18% da populacao total do país foi às urnas. Desse total quase 90% votou sim pras 4 questoes em discussao. O mais impressionante na verdade é o número de pessoas que nao exerceu o seu direito de dizer sim ou nao. Que esses 82% fossem às urnas dizer nao seria uma prova real de consciencia sobre as conquistas que tivemos nas últimas décadas, fruto de luta e sofrimento de muitos dos nossos genitores.

Um dia tive com um amigo um ligeiro papo sobre essa artimanha da "abstencao", que acontece bastante no Brasil. Meu amigo, que trabalha no congresso, me disse que às vezes elas acontece também no intuito de evitar certos absurdos que estao pra ser votados e decididos pelos nossos caríssimos governantes. Mesmo assim, abomino esse tipo de comportamento. Abster-se por conviccao é uma coisa, abster-se concordando com politicagem é outra.