Quando música ainda não é música
Acho que tá na hora de postar algo que eu esteja estudando. Até no sentido de fazer uma auto-avaliação futuramente. Se as pessoas soubessem como uma peça deve ser estudada até que saia música dali... (nesse sentido eu adoraria tocar - e pretendo em breve - em improvisação livre, como descrevo no post embaixo deste), eu nem faço direito e já me espanto, porque é nota por nota, afina, no tempo, corrige arco, compasso a compasso, fraseia, refaz, repensa, toca um milhão de vezes, tenta métodos diferentes, faz exercícios complementares, toca sempre mais devagar do que se imagina, levanta cotovelo, abaixa o pulso, divide o peso ente os dedos, vibra cada nota, não vibra nenhuma, vibra rápido, devagar, peso, tira peso, volta o arco, estuda a mudança de posição, ouve, ouve, ouve, canta, pisca o olho, suspira, pára uns 5 minutos, se espreguiça, quase desiste, acha que tá lindo, acha que tá uma merda, etc etc etc. Esse Brahms que tô estudando agora o segundo movimento é uma Sonata pra Cello e Piano. É uma música espantosamente linda. E, por mais que ela deva demorar mais um ano ainda pra ser tocada com um mínimo de decência, o aprendizado gerado ao longo do estudo é inimaginável. Este momento em que gravei mostra uma melodia bruta. Quase no mesmo sentido do material bruto em vídeo. Que deverá ser decupado, "esculpido". Mas já dá pra ter uma noção da melodia. Me cobro pacas, mas sou sensível e sinto prazer mesmo assim. Não vejo a hora de tocar isso com o piano. O trecho tem várias repetições mas eu passei reto pra diminuir o tamanho do arquivo.
Sonata nº1 - Trio
Sonata nº1 - Trio
